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Trump implodiu confiança nos EUA ao recuar no tarifaço e focar só na China

Independentemente de se o presidente norte-americano capitulou ou foi estratégico, a erosão da confiança dos EUA com seus parceiros tradicionais parece ser i...

Trump implodiu confiança nos EUA ao recuar no tarifaço e focar só na China
Trump implodiu confiança nos EUA ao recuar no tarifaço e focar só na China (Foto: Reprodução)

Independentemente de se o presidente norte-americano capitulou ou foi estratégico, a erosão da confiança dos EUA com seus parceiros tradicionais parece ser irreversível. Funcionário de banco em Jacarta, na Indonésia, conta notas de dólar, em 10 de abril de 2025. Tatan Syuflana/ AP Uma semana após o seu autoproclamado Dia da Libertação dos americanos, o presidente Donald Trump recuou e pausou por 90 dias o tarifaço que impôs aos parceiros comerciais dos EUA, com exceção de um país — a China. A reviravolta abrupta, anunciada durante a sangria intermitente nos mercados, evidenciou que o gigante asiático foi sempre o principal alvo do presidente americano. A China se manteve de pé e mostrou-se preparada para enfrentar este momento, revidando os ataques oriundos da Casa Branca. Trump capitulou ou foi estratégico? A resposta é indiferente, se levarmos em conta a maior consequência para os americanos de toda essa trapalhada tarifária do governo: a perda da confiança do mundo nos EUA. Isso parece ser irreversível. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Como reação imediata ao recuo do presidente, o pânico deu lugar ao alívio, mas tudo isso é momentâneo. A onda ultraprotecionista de Trump consolida o início de uma era de descrédito dos EUA. Como escreveu o colunista Thomas Friedman, do “New York Times”, uma pilha inteira de confiança inestimável também foi pelos ares entre os países que se aliaram aos EUA no 11 de Setembro, no Afeganistão e no Iraque. “Você acha que esses antigos aliados próximos dos EUA algum dia confiarão em entrar em uma trincheira com este governo novamente?” questionou. A China aproveita o momento e se movimenta em busca de parceiros desprezados pelos EUA de Trump. Aposta na erosão da confiança entre o governo americano e seus tradicionais aliados. Tanto que já reuniu Japão e Coreia do Sul para conversas. 'EUA ESTÃO SE COLOCANDO CONTRA O MUNDO': Em novo recado a Trump, China diz que não vai recuar e que não tem medo de provocações. 'XI É MEU AMIGO': Trump recua e diz achar que vai chegar a acordo com China AMÉRICA LATINA E CARIBE: Sem citar Trump, países da Celac dizem 'rechaçar' ações unilaterais que restringem comércio A confiança também ruiu internamente. Pesquisas realizadas após o Dia da Libertação foram unânimes ao constatar a queda de aprovação de Trump e o sentimento contrário, expressado pela maioria dos entrevistados, à guerra comercial. A revolta foi exposta em opiniões emitidas por investidores que apoiaram o candidato republicano, líderes corporativos, instituições financeiras e pequenos empresários e comerciantes, numa semana de derretimento financeiro e previsões apocalípticas. Avesso a ser descrito como um líder fraco e perdedor, Trump reconheceu o movimento contrário como histeria e chamou o recuo de flexibilidade. Unificou as tarifas em 10% para todos e deixou o flanco aberto com a China. A trégua proposta por Trump ainda está longe de representar o fim do confronto comercial entre os EUA e o resto do mundo, mas demonstrou, de novo, que as palavras e as ofensivas do presidente se mantêm duvidosas. Miriam: pressão de empresas americanas influenciou recuo tarifário de Trump